quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Vídeos e relato da Feira Anti-Consumismo

Relato da Feira Anti-Consumismo na Okupa Timothy Leary



A feira aconteceu numa demonstração clara do real espírito de solidariedade e não da falsa solidariedade e fraternidade pregada e defendida pelo capital.

Logo pela manhã deu-se início as preparações finais para a atividade no espaço, materiais a serem distribuídos foram alocados numa mesa na entrada do ambiente de atividades, cartazes libertários e de boicote ao consumismo foram fixados nas paredes, ligou-se um microfone numa caixa de som para todxs mandarem suas mensagens, o “Espaço da Dádiva” recebeu inúmeros objetos e a feijoada vegan se concretizou através da doação voluntária e contribuição coletiva de várixs squatters.

Contamos com a presença de diversos indivíduos e coletivos, dentre eles o CRIP (Coletivo Revolucionário Insurgência Popular) dxs companheirxs de Araraquara, Coletivo Pó de Mico de Limeira, uma integrante do Coletivo Feminista de Campinas e da enorme ajuda dxs camaradas da Fenikso Nigra.

Após a manifestação contra Belo Monte que aconteceu em Campinas no mesmo dia, houve uma grande confluência dxs manifestantes à atividade no espaço autônomo, propiciando o surgimento de novas propostas para realização de futuras oficinas de viés anarquistas aberta a todxs.

A Okupa Timothy Leary é um espaço autônomo, sem vínculos partidários, com instituições religiosas ou com o Estado, e autogerido, ou seja, é gerido pelxs próprixs squatters. Situado na região central da cidade de Campinas é um espaço aberto para qualquer idéia de atividade em consonância com o pensamento anarquista. Todxs podem participar das atividades respeitando e convivendo harmoniosamente com as normas horizontal e consensualmente criadas no espaço e com seus/suas integrantes.



Para conhecer o espaço, contato: okupaleary@riseup.net


Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=LRjPsfAdggY&feature=player_embedded

Video: http://www.youtube.com/watch?v=qvsqB0RMP7g&feature=player_embedded

[Alemanha] Berlim: Ataque incendiário contra a okupa Rauch-Haus

Neste domingo (25 de dezembro) pela manhã, por volta das sete horas, houve dois incêndios na okupa Rauch-Haus, um no sótão e outro na escada. No momento da conflagração dezenas de pessoas estavam lá dentro dormindo.

O incêndio deixou 14 pessoas feridas por inalação de fumaça, duas delas com fraturas múltiplas, depois de saltarem para o vazio desde o primeiro andar. Além disso, duas crianças estão entre os feridos.

A okupa está bastante deteriorada, não tem energia nem água corrente, quase todas as portas foram destruídas durante o trabalho de extinção do fogo e posterior resgate dos bombeiros. Aproximadamente 100 bombeiros foram mobilizados. Se não fosse a intervenção rápida deles provavelmente alguma pessoa teria morrido.

Tudo indica que o incêndio foi intencional. Este edifício, juntamente com outros projetos semelhantes na cidade, havia sido recentemente ameaçado por neonazistas.

O antigo hospital Bethanien, no bairro berlinense de Kreuzberg, foi okupado em 1971. Seu nome se deve a Georg von Rauch, militante anarquista assassinado pela polícia no final daquele ano. Atualmente moram na okupa cerca de 35 pessoas.

agência de notícias anarquistas-ana

http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2011/12/28/alemanha-berlim-ataque-incendiario-contra-a-okupa-rauch-haus/

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

[Reino Unido] “Red and Black Umbrella”: um novo centro social ocupado para Cardiff

É novo! É livre! É em Cardiff!

Lê-se no panfleto: “Você deve ter recebido a notícia de que nós nos mudamos para o antigo Tredegar Hotel [na rua Clifton], então pensamos que devemos nos apresentar. Nós somos o Coletivo “Red and Black Umbrella”, e pretendemos tornar o bar abandonado em um centro social. Acreditamos que as pessoas devem estar antes do lucro. Estamos cansados dos cortes governamentais que nos afetam enquanto os políticos e banqueiros se enriquecem. David Cameron quis uma grande sociedade e…”

Um novo centro social

No fim de semana, com alguns dos agora ativistas sem-teto recentemente despejados da fábrica centro social em Bristol, algumas pessoas mencionaram um novo centro social recém-aberto em Cardiff. Eu tinha decidido parar em Cardiff no meu caminho para casa de qualquer forma para visitar o novo local Occupy; logo depois me direcionei a mesma rua onde os infelizmente há muito tempo desaparecidos People’s Autonomous Destination (PAD) estiveram, Rua Clifton, para ver por mim mesmo sobre o “Red and Black Umbrella”.

Dia de abertura

Embora o prédio tenha sido ocupado há algumas semanas, o Coletivo gastou a maior parte do tempo tornando-o habitável e fazendo reparos essenciais, então sábado [19 de novembro] foi – ocasionalmente – seu dia de abertura “oficial”. Eu fui saudado por um grupo de pessoas amigáveis e sorridentes do lado de fora. Do lado de dentro, eles estavam servindo gratuitamente (ou por doação) bebidas quentes, com uma fileira de deliciosos bolos veganos espalhados convidativamente pelo bar.

Há um sentimento amigável de bar no local, na semi-escuridão por conta das cortinas nas janelas (que substituíram o compensado anterior, que havia fechado toda a luz). Uma bem estocada mesa de materiais colocada do lado de dentro do espaço e uma tela tinha sido colocada no canto para exibir um “squatdocumentário” sobre ocupações nos EUA. Iria ter música ao vivo mais tarde, pelos músicos de Cardiff, Cosmo e Gail, mas não pude ficar para isso.

O panfleto

O panfleto do Coletivo continua:

“Encorajamos a participação, e queremos usar o prédio em seu máximo potencial. Somos contra “chain pubs”, e “posh flats” que parecem estar tomando nossa cidade e nossas comunidades. Estamos oferecendo algo completamente diferente aqui na Rua Clifton, e qual a melhor coisa? Será tudo gratuito!”

“Se você quiser aprender algo, nos diga e iremos tentar e encontrar um professor! Se você tem uma habilidade e gostaria de compartilhá-la, venha e faça um workshop!”

“Queremos criar um ambiente seguro e convidativo para todos. O centro social será uma zona livre de drogas e álcool, para que as pessoas venham juntas, compartilhem habilidades e idéias, conheçam novas pessoas, façam arte, vejam filmes e aprendam novas línguas”.

Convidados indesejáveis

Desde que ocuparam o prédio, o Coletivo teve de lidar com diversas intromissões, do proprietário quebrando janelas nos fundos, numa tentativa final bem sucedida de iniciar um diálogo (não tentem isto em casa, pessoal), policiais ameaçando arrombar a porta caso não se permitisse que entrassem, e bombeiros tentando apagar uma pequena e controlada fogueira no quintal.

A resposta do Coletivo aos policiais:

“No Halloween, a polícia se voltou para o Tredegar Hotel e tentou derrubar nossa porta. Eles não se identificaram como policiais. Pedimos para que parassem, e colocamos uma nota legal na porta para que lessem. Ela explicava que somos ocupas e estamos vivendo aqui, e é ilegal a qualquer um quebrar isto. Alega-se que alguém denunciou um assaltante no hotel; nós asseguramos então que não somos assaltantes – longe disto! Estamos cuidando e renovando este prédio, mas eles quebraram as trancas de nossa porta e entraram ilegalmente em nossa casa. Eles ignoraram a nota legal que demos a eles e temos todo o incidente registrado em vídeo. Estamos considerando tomar ações legais ou alternativas. O anúncio afirma que há pelo menos um de nós no prédio em todos os momentos, e se alguém for para quebrar poderá enfrentar 6 meses de prisão ou uma multa de 5000 libras”.

O que acontece?

Existe um monte de planos para usar o espaço.

O Food Not Bombs de Cardiff irá cozinhar lá quinzenalmente e existem outras idéias sobre outros possíveis Food Nots: Food Not Borders [Comida, Não Fronteiras]; Food Not Bailiffs [Comida, não Oficiais de Justiça]…

A Prisoner Support irá se encontrar semanalmente para escrever cartas de solidariedade e planejar outras ações solidárias a aqueles que estão na prisão.

Uma cozinha comunitária irá servir comida quente com alimentos doados.

Comida será doada para o Occupy Cardiff. Dúzias de hambúrgueres veganos foram feitos pelo coletivo para a ocupação Castle antes de seu fim prematuro. Agora a ocupação retorna, e se espera mais do mesmo.

Também há planos para noites de filmes e discussão, compartilhamento de habilidades, workshops, música ao vivo e outras coisas.

Tudo gratuito ou por doações. Ninguém irá embora por impossibilidade de pagar.

Foda-se facebook

Enquanto estava saindo, alguém me deu uma cópia de um zine, terceira edição de “Fuck Off Facebook”, e me disse que passou cópias para o Occupy Cardiff, que parece ser basicamente organizado exclusivamente por via desta rede social de espionagem. Uma ótima publicação relatando sobre uma turnê de verão pela Europa com pouco dinheiro, falando sobre os melhores locais alternativos: o espanhol Nowhere Festival, arte de rua em Valência, Rainbow Valley em Andaluzia, cena anarquista de Roma, cena anarquista na Eslovênia, e outros lugares. Com uma página repleta de anti-propagandas da Coca-Cola e Colgate.

Últimas palavras do coletivo “Red and Black Umbrella”

“O centro social é para que todos façam parte. Esperamos que você se junte a nós. Se você tem quaisquer interesses, perguntas ou sugestões, por favor nos ligue ou envie mensagem para 07748 385375, nos escreva um e-mail para spazialtri@autoproduzioni.net, ou venha e diga olá e bata na porta! Nos vemos em breve!”

VG

agência de notícias anarquistas-ana

todo mundo giz
que ali jazz um haicai
porque blue – ou bliss?
Bith


http://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2011/12/16/reino-unido-%E2%80%9Cred-and-black-umbrella%E2%80%9D-um-novo-centro-social-ocupado-para-cardiff/

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

[Bélgica] Bruxelas: Squat é atacado pela polícia

Comunicado:

O coletivo La Pétroleuse ocupava desde quarta-feira, 23 de novembro, um imóvel vazio pertencente à Central Geral da FGTB [organização sindicalista], situado na rua 2-8 Watteeu em Bruxelas. O motivo dessa ocupação era o de criar uma zona de reflexão e de ação política, cultural e social. Às 7h50 dessa manhã [6 de dezembro], a polícia tomou de assalto o prédio quebrando portas e janelas.

Apesar das tentativas de discussão, a FGTB reagiu como a pior das imobiliárias entrando com procedimento de urgência unilateral frente ao Tribunal (precisamente o que a FGTB incrimina da parte do patronato nos conflitos sociais!), dando o pretexto de que a ocupação atrapalharia o “início dos trabalhos”, que não é nada mais que realizar uma alvenaria num muro e a retirada do aquecedor (prática bem comum entre os especuladores imobiliários), e, finalmente, mandar a polícia. A única diferença entre a direção da Central Geral e os proprietários ordinários é que a direção sindical fingiu que queria dialogar, enquanto enviava os policiais.

La Pétroleuse, 6 de dezembro de 2011.